Não fui feita para as intensidades. Constatação feita nos últimos tempos, nestes tempos de conturbação. Há um ano espero a vida se acalmar, lá fora e aqui dentro. Mas tudo aparenta uma espera em vão, são tempos de mar revolto e eu não fui ensinada a remar com pressa.
A calma sempre me acompanhou, e nela fiz morada por tão incontáveis vezes que me sinto desamparada tendo que sorver a vida em grandes goles.
O tempo se reveste de simbolismo pra mim que sempre senti necessidade de ter meus passos demarcados, meio que pra não perder o rumo desta lúdica caminhada. O dia de hoje passou sem você, e meu coração ainda habituado a dividir as emoções cotidianas terminou abarrotado de sentimentos difíceis de traduzir. Entre a saudade que se avizinhou anunciando as perdas - antigas e recentes - e a tão delicada emoção de tomar parte em uma história bela como a de meu afilhado, restou a certeza de que viver de urgências me bagunça a alma.
Me pego a pensar se daqui pra frente será sempre assim, e medos das mais variadas gamas me tomam neste anoitecer.
domingo, 29 de julho de 2012
domingo, 8 de julho de 2012
Se Você Vier Me Perguntar Por Onde Andei
Andei nos últimos tempos me permitindo. E para mim, criada em meio aos rigores de uma família de pensamento conservador- no mais amplo sentido da palavra – significa me descobrir. Não que eu tenha saído por aí desvairada, provando o mundo de uma só vez. É que por aqui, em casa e em mim, cada passo adiante é um rompimento.
Há quem diga que vivi muito
precocemente, que acabei por envelhecer – de alma mesmo-, muito cedo. Por hora
eu tendo a discordar. Acho que vivo muito tardiamente. Não falo das
responsabilidades da vida, talvez essas tenham me vindo deveras muito cedo. Falo
dessa fatia confusa, desapegada e conflituosa, mas inegavelmente bonita e
necessária da vida.
Desde lá sou um amontoado de
questionamentos e comparações. Interpretar o mundo e as pessoas sempre foi um
hobby, poucas coisas me fazem mais satisfeita que sentar num banco qualquer de
uma praça e me encantar com as simplicidades estampadas em cada canto, em cada
gente. Interpretar a mim é que tem sido o grande aprendizado, e a cada dia, isto
de me conhecer, exige um esforço maior da minha mente tão cheia de pensamentos
dispersos.
Hoje, num domingo de molho – do
trabalho e da luta- e depois de um mês tão notadamente marcado por essa ambiguidade
que me acompanha, eu olho para trás e tenho as mesmas dúvidas de ontem, e os
mesmos questionamentos me rondam, e eu continuo a viver, e a buscar avidamente
os tons vibrantes de fim de tarde e os sons que ecoam no interior ruidoso do
meu sentir. Parece-me então, que a minha
teimosia sempre vence. Eu não desisto de olhar para o mundo em busca de mim, e
de olhar para mim refletindo o mundo que quero viver por inteiro, em passo
cadenciado e olhar curioso. Quantos goles de vida ainda hei de sorver!
sábado, 7 de julho de 2012
Dos Pensamentos Perdidos
A vida parece gostar de nos pregar peças nos momentos mais inapropriados.
Às vezes em meio à agitação do meu dia a dia e das dezenas de pessoas que acabo
por encontrar por aí, uma sensação de vazio se instala. Nessas horas é sempre arriscado
me dirigir aquele cordial “Como vai você?”. É que normalmente o interlocutor não espera
que a resposta venha em meio a um olhar perdido, na forma de um desconcertante “
para além disso, ando me sentindo só.” É que ultimamente esse exercício diário
de achar o tom, me cansa a alma.
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