sábado, 7 de maio de 2016

Pelas mãos de Clarice.

Desde que você escreveu pra mim eu penso que preciso te escrever de volta. Desde que li a primeira linha do presente de aniversário mais bonito que recebi eu penso num modo de retribuir toda a tua sensibilidade. Mas não podia ser em qualquer hora e nem por obrigação, é que
escrever tem hora certa, essa hora que os sentimentos já não cabem mais em você e transbordam.

Hoje eu precisava te escrever, Melka, não mais pelo texto, não mais pela cumplicidade, não mais pela poesia. Eu precisava te escrever porque tu me emociona e eu perdi a conta de quantas vezes isso já aconteceu. Me emocionei com a pureza das tuas convicções puxando uma paralisação de estudantes no estado inteiro no dia do teu aniversário; me emocionei quando te vi chegar carregada nos ombros com dezenas de estudantes que te acompanharam na passeata de 2013; eu me emocionei no dia em que a gente saiu tarde de uma reunião de repasse e tu cheia de preocupação me fez te ligar pra avisar que eu tinha chegado bem em casa; me emocionei com teus textos, com teu desprendimento e com a espontaneidade de tudo que emana de ti, e dias atrás aqui mesmo nessa cadeira de onde eu escrevo, eu chorei uma emoção que é tua. Acho que cumplicidade é isso, dividir à ponto de sentir pelo outro. E eu sinto gratidão, sinto alegria, sinto uma boniteza imensa da pessoa que tu é.

Um lado teu acessível à poucos salta das linhas que tu escreve e de tudo que carrega teu blog uma frase fica pra mim como uma espécie de prova irrefutável do tanto de beleza que carregas: "eu não vou magoar ele, se ele quiser que me magoe."

Que bom que no mundo tem amor. Um tanto de amor bem grande, onde cabe duas pessoas. Um tanto de amor bem grande escrito num caderno de tecido com folhas costuradas talvez à mão, mãos talvez trêmulas de uma alegria acompanhada de medo, mãos de quem talvez costura sonhos como você, mãos de Clarice, de Luis, ou de Anita. Mãos que emocionam desde o primeiro momento. Que as tuas sigam semeando esse tanto de poesia.

Obrigada, minha amiga, pelo tanto de emoção que me desperta.




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