domingo, 29 de julho de 2012

Constatações

Não fui feita para as intensidades. Constatação feita nos últimos tempos, nestes tempos de conturbação. Há um ano espero a vida se acalmar, lá fora e aqui dentro. Mas tudo aparenta uma espera em vão, são tempos de mar revolto e eu não fui ensinada a remar com pressa.

A calma sempre me acompanhou, e nela fiz morada por tão incontáveis vezes que me sinto desamparada tendo que sorver a vida em grandes goles.

O tempo se reveste de simbolismo pra mim que sempre senti necessidade de ter meus passos demarcados, meio que pra não perder o rumo desta lúdica caminhada. O dia de hoje passou sem você, e meu coração ainda habituado a dividir as emoções cotidianas terminou abarrotado de sentimentos difíceis de traduzir. Entre a saudade que se avizinhou anunciando as perdas - antigas e recentes - e a tão delicada emoção de tomar parte em uma história bela como a de meu afilhado, restou a certeza de que viver de urgências me bagunça a alma.

Me pego a pensar se daqui pra frente será sempre assim, e medos das mais variadas gamas me tomam neste anoitecer.

Um comentário:

  1. Às vezes temos que caminhar devagar, às vezes temos que correr ou parar no caminho. Mas na caminhada da vida, mais importante do que a velocidade é deixar nossos passos gravados no caminho, pois quando olharmos pra trás vamos saber por onde andamos e os outros vão saber que estivemos ali. No final da caminhada, as curvas dos teus passos formarão um desenho único, e você vai olhar pra ele e poder se orgulhar por quê é um desenho só seu. E no último passo, não existe um ponto final, mas sim reticências...
    (Pois o fim é belo e incerto, depende de como você vê)
    Abraço de sua amiga Lai

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