Não fui feita para as intensidades. Constatação feita nos últimos tempos, nestes tempos de conturbação. Há um ano espero a vida se acalmar, lá fora e aqui dentro. Mas tudo aparenta uma espera em vão, são tempos de mar revolto e eu não fui ensinada a remar com pressa.
A calma sempre me acompanhou, e nela fiz morada por tão incontáveis vezes que me sinto desamparada tendo que sorver a vida em grandes goles.
O tempo se reveste de simbolismo pra mim que sempre senti necessidade de ter meus passos demarcados, meio que pra não perder o rumo desta lúdica caminhada. O dia de hoje passou sem você, e meu coração ainda habituado a dividir as emoções cotidianas terminou abarrotado de sentimentos difíceis de traduzir. Entre a saudade que se avizinhou anunciando as perdas - antigas e recentes - e a tão delicada emoção de tomar parte em uma história bela como a de meu afilhado, restou a certeza de que viver de urgências me bagunça a alma.
Me pego a pensar se daqui pra frente será sempre assim, e medos das mais variadas gamas me tomam neste anoitecer.
Às vezes temos que caminhar devagar, às vezes temos que correr ou parar no caminho. Mas na caminhada da vida, mais importante do que a velocidade é deixar nossos passos gravados no caminho, pois quando olharmos pra trás vamos saber por onde andamos e os outros vão saber que estivemos ali. No final da caminhada, as curvas dos teus passos formarão um desenho único, e você vai olhar pra ele e poder se orgulhar por quê é um desenho só seu. E no último passo, não existe um ponto final, mas sim reticências...
ResponderExcluir(Pois o fim é belo e incerto, depende de como você vê)
Abraço de sua amiga Lai